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TIPO TOP

  • Foto do escritor: Fernanda Rusvéer
    Fernanda Rusvéer
  • 24 de mai. de 2016
  • 3 min de leitura

Ao longo dos últimos oito anos, tenho trabalhado com os mais variados ‘tipos’ de gente. Mas gente tem ‘tipo’, Fê? Tem. Em verdade vos digo, vivemos na era dos tipos, em que as pessoas estão cada vez mais tipificadas e para quem gosta de tipos certamente desgosta de personalidade.

A era da perfeição “TIPO TOP”, não se estende somente aos posts encantadores do instagram ou facebook. Quantas imagens perfeitas! Quanta gente feliz! Com vez e com voz, olha que muita gente já se tornou até mesmo personalidade. Quanta raridade! Não é mesmo?

Vamos a um outro ponto de vista:

É muito comum a crítica, geralmente vinda de pessoas mais velhas, às redes de televisão sobre a indução, é o que dizem, que exerce a TV sobre a sociedade, a indução acerca de uma suposta perfeição, como a perfeição dos atores na novela, a moda, a maquiagem, as histórias contadas, etc. Acredito que esse pensamento tão internalizado na sociedade, de que o telespectador ‘deva copiar’ a moda lançada pelos programas de entretenimento, sobretudo, pelas mocinhas, venha da mensagem, já muito antiga, que essas personagens passavam, elas eram tipo perfeitas. Portanto valeria a pena usar o mesmo hidratante que ela, assim a fã pensava que teria a mesma pele que a atriz. O público raramente entedia (entende) que não era nada mais nada menos que um negócio. No entanto, as histórias avançaram, alguns valores mudaram, e o público então comenta: hoje em dia as novelas estão uma merda, não ensina nada de bom. É filho que quer matar o pai, a irmã deseja o emprego da irmã mais nova, e por aí vai. Ora, ora! Quem precisa ser aluno de novela é ator. Não gosta, eu penso, vá ao teatro, leia, mude de canal. Eu também desgosto de certos rumos que a TV tomou, mas existe o controle remoto!!! O brasileiro tem uma péssima mania de achar que tudo tem que ser instrutivo, à sua maneira, de graça e vantajoso. Mas não reclama da suposta perfeição nos posts das redes sociais, conduta de filhos e também de pais, que não têm atitude nem saem do facebook. Eis a nova geração top. Há aquela pessoa que se não estiver maquiada não tira foto nem de longe. Não me espanta a quantidade de casos policiais de filhos que desejam matar ou roubar os próprios pais. Tudo é uma questão de dinheiro, de beleza e de status. A era dos vaidosos! Essas pessoas adoram o vazio, o vazio dos sentimentos nobres.

Quando foi que nos obrigaram à perfeição? Será isso perfeição? A imagem externa é só o começo do dilema, a errônea ideia de que a pessoa que sai bonita na foto não erra, não pisa na bola, não magoa, não despreza, não passa por apertos nem solidão, pois sempre tem tantos amigos. Afinal, ela é top!

Mundo de inverdades. Nessa geração todos têm opiniões que não dizem nada, não sabem construir porque não aprenderam a lutar pelos seus ideias, não sonham com medo de perder a batalha já que perder não é top, e assim, mergulhados num orgulho coletivo perdem a chance e perdem o mais importante, a personalidade. Incapazes de admitir erros, pois são mimados para o orgulho de uma superioridade falsa, querem ganhar a partida, querem chegar Primeiro, mas dispensam o suor porque borra a maquiagem. Quem é capaz de vencer de cara limpa?

Fernanda Rusvéer

 
 
 

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